Vulgo, vocábulo ambíguo:
Pode significar o que é pífio, reles
E pode significar povo, plebes.
Um significado com o outro não é contíguo.
Ambos neste poema estarão comigo.
A par disso, prossigo:
O vulgo, legítimo formador da Sabedoria Popular,
Cujo valor merece destacado lugar;Também se encarrega de perpetuar
Algum ditado cujo mau gosto
Fere a língua e cora o rosto;
Alguma teoria cuja falsa verdade
Pasma o pensador de agora e da posteridade.
Eis um desses ditados
Que nunca deveria ter sido usado,
A não ser pelo truão no tablado:
“O homem para se realizar,Tem que ter um filho,
Plantar uma árvore
E escrever um livro.
”Para o vulgo responsável por essa “jóia proverbial”,
Cabe o primeiro significado da palavra vulgo
Neste poema supracitado.
Pois tal adágio trás o contágio
Da pior teoria, do pior plágio.
Pois que simplifica a Vida
Em três atos que por si sós
Não reconhecem a criatividade que cabe a nós,
Nem a engenhosidade pelo homem desenvolvida.
Em uma primeira leitura do referido prolóquio
Isto é o que se apura:
-Ter um filho: como qual animal, um reprodutor.
Nada a ver com Pai, um Educador.
-Plantar uma árvore: Em todos os atos,
lavar as mãos como Pilatos.
Nada com o dever de , com ação continuada,Preservar a Terra, nossa morada.
-Escrever um livro: nenhum comprometimento com a mensagem.
Apenas um ato de orgulho e vaidade
– essa bobagem.
Por mim, o homem ou a mulher
Estão na Vida para dar à Vida
O melhor de si que puder
E aproveitar da Vida
Tudo de melhor que a Vida der.
Ou sofrer as dores da Vida,
Quando à Vida aprouver.