Saí
Por aí...
Aí a vi!
Aí você sorri...
Aí... ai, ai, ai!
A paixão é como um avião:
Às vezes está acima das nuvens,
Às vezes está rente ao chão.
Às vezes enfrenta grandes tempestades,
Às vezes o céu é azul de só felicidades.
Quanto maior for o avião, numa queda,
Maior será o sofrimento da tragédia.
Também, quanto maior for a paixão,
Quando uma das partes se arreda,
À outra: grande queda, dor, tragédia.
Ó Senhor,
Dá-me forças para eu me livrar do rancor
Que transforma meu semblante
Numa máscara horripilante!
Que a força benfazeja do amor,
Possa limpar meu coração
Do ódio que me causa dor
E entenebrece minha visão!
Que a energia suave da bondade
Possa, das minhas veias, anular o veneno,
Que circula por tudo o meu corpo – me corroendo!
Que a força do Bem
Que governa toda a Criação,
Possa acalmar meus pensamentos - em erupção!
Livra-me, Senhor, de pensar em vingança,
Inspira-me a ideia do perdão!
Que eu não desista da luta e nem perca a esperança!
Que a mensagem do Mestre Jesus
“Amar a Deus Sobre todas as coisas
“E ao próximo como a mim mesmo.”
Seja, em meu caminha, luz,
Jamais se transforme em palavras a esmo!
Que sua maior lição:
“Quando lhe bater numa face,
Dê-lhe a outra” possa ecoar no meu coração!
Que eu possa, a quem me magoar, fazer uma prece.
Se o homem pesquisa, para tudo, acha resposta precisa.
Através da pesquisa, em todas as áreas, o progresso se realiza.
Com a pesquisa, todo o conhecimento humano se atualiza.
A pesquisa valoriza o conhecimento que está na Natureza,
O conhecimento a nós legado pelos nossos antepassados,
O conhecimento nos livros exarados e por séculos guardados.
Há muito tipo de pesquisa: pesquisa de campo, de laboratório,
Pesquisa bibliográfica, universitária, científica, metodológica,...
Todo o setor de atividade humana carece de pesquisa lógica.
O estudante que não pesquisa não atingirá a meta que visa.
O professor deve ensinar a busca do Saber através da pesquisa.
O poeta tem nos dicionários uma ótima fonte de pesquisa.
A pesquisa está na essência do ser humano que sempre a utiliza.
Curiosidade, desejo de comodidade são alavancas da pesquisa.
Viva a pesquisa! O espírito humano a criou e muito bem a utiliza.
Numa noite de insônia, a alma não sonha,
Enclausurada no corpo – a prisão é medonha!
O corpo, com disfunção hormonal – sempre teso,
Não liberta a alma e lhe impõe todo o peso!
Ou seria o inverso, a alma sempre alerta,
Prefere ficar no corpo, que sentir-se liberta?
Então, infunde energia ao corpo – que aceso,
À alma que nunca dorme – serve insone, leso!
A Vida não brindou comigo ao amor!
Transmutou esse sentimento em destemor,
Para que eu agüente a parte de dor que me cabe!
Mas, há horas que me bate uma anseia de amar,
Quem ninguém imagina nem sabe!
Um casal apaixonado é, por mim, invejado.
Uma música ou filme romântico não me distrai!
Meu peito fica tão apertado, só me resta dizer – ai!
Não sei de que jeito,
Encravou no meu peito,
Um sentimento vassalo,
A ti totalmente submisso:
Tu falas, eu me calo...!
Se falo – que isso...!
Tu aprontas o maior reboliço!
Como tudo tem seu limite,
Hoje acordei com um palpite:
Darei um basta no teu humor de gastrite!
“Melhor viver só, que mal acompanhado”!
Ninguém te merece como fado!
Tenho me tornada um cara esquisito,
Já não há em mim tanto conflito!
Para mim, tornou-se balela!
Invade minh’alma – não nego!
Quero distância – é fria!
Outrora, onde eu estava – eu era visto!
Hoje, onde estou nem sou visto!
Chegou a hora de recapitular a vida – na lembrança!
Com ele, que é eu mesmo, vivo cada momento!
Conheço-me mais – não sigo a esmo!
Ouço sua voz no telefone,
Algo nela me faz lembrar um tempo
Em que fui muito feliz junto a alguém,
Cuja voz, o timbre, não a entonação,
Que esta está muito amadurecida,
Mas o timbre guarda a mesma melodiosa
Música que fazia a felicidade de minha alma.
Sim, minha querida, esse alguém é você,
Tenho certeza, a distância que nos separa
Não impede de reconhecê-la, assim como
Ao olhar nos meus olhos já sem o brilho
De outrora, você me reconhecerá neles,...
Nossos corpos perderam, da juventude, o viço
Com qual o deus Tempo se alimenta ávido
Em todo corpo, do mais simples ao mais bruto,
Desgastando-os lentamente, porém resoluto!
Mas, nós – Senhores deste Castelo de células,
Acumulamos riquezas,... Jóias cada uma mais valiosa
Que a outra... Agora, Na casa segura da maturidade
Não poupamos esforços em compartilhar esse tesouro
Com os seres – amores de nossos corações
E até mesmo com o Mundo todo, aprendemos
Que essas jóias só aumentam ao serem compartilhadas!
Amor de minha vida,... acho que na passagem
Do grande e misterioso rio dos muitos segredos,
Não nos faltarão víveres para saciar-nos a fome e a sede.
Na outra margem, reconstruiremos tudo de novo!
Agora é só esperar tranquilos a embarcação
Que, mais dia menos dia, apitará na curva.
Conhecer-te foi como bater às portas de Dite,
Que levaram-me às profundezas do teu inferno,
Onde tu me prendes entre tuas muralhas de fogo,
Só para usar-me como peça de teu jogo.
Pela forma cruel com que tu me usas,
Tu deves ser a personificação de todas as Medusas,
E, porque tu me maltratas e não me liberas,
Tu és como todas as Megeras.
Como Dante na sua excursão além do Aqueronte,
Também tenho minha Beatriz,
Que logo me livrará desta prisão ultriz.
Então, para que eu tenha mais sorte,
Banhar-me-ei do Letes nas águas,
Limpar-me-ei de todas as mágoas
E, Junto de minha Beatriz,
Viverei para sempre feliz.
A vida o poeta não interpreta: sente.
Seu grande desafio: codificar sensações.
Às vezes, se perde em meio às emoções,
Então, com a melhor das intenções: mente,
Ou finge, como disse o “poeta dos heterônimos.”1
Às vezes, vive o dilema de não saber se em seus poemas
Estão seus amores e suas dores ou de outro alguém.
Mas o poeta sente as dores e os amores do Mundo,
Então, que mal tem se finge sentir as dores de outrem?
Mas o poeta não fala só das dependências do coração,
Fala do estômago e sua dependência ao “arroz e feijão”.
Fala de religião, de problemas sociais, de idealismos;
Um poema pode ser o retrato da vida e seus mecanismos.
Um poema há de ser lido com mente e coração abertos;
Das amarras da língua, do preconceito, da interpretação
De sentido já feito, por isso, estreito, inteiramente libertos.
Para entender as antíteses e os paradoxos da dor e do amor,
Por exemplo, às vezes, há de calar a razão e falar o coração:
“Amor é fogo que arde sem se ver/É dor que desatina sem doer."
-Minhas deferências a ti “maior poeta do classicismo português”2
Desculpe este poeta menor que contigo só tem a aprender;
Mas, com uma boa exemplificação, basta falar uma vez.
O poema é uma forma artística de se conhecer a realidade.
Engano pensar poema como coisa de alienados da sociedade;
Também interessa ao estudioso, a quem ama o conhecimento,
E que, no exercício do intelecto, encontra contentamento
1. Fernando Pessoa
2. Luís Vaz de Camões
E a inaudita experiência de conhecer um novo Mundo,
Incrível, estranho, maravilhoso, pelo qual fiquei fascinado:
O Mundo Virtual – fique apaixonado pelas pessoas, por tudo
Que constitui esse Novo Mundo
Quero da vida
A brisa suave
Que me acalente
O cansaço
De viver ao relento.
Trago minh’alma cansada
De uma longa jornada,
Trago cicatrizes profundas
De uma vida errante
Que outrora vivi.
Estou cansado
Da truculência da vida,
De pessoas que, sem ter consciência,
Glorificam a violência,
Depois choram as conseqüências.
Quero viver
Em outras paragens
Onde seja normal
Viver sem o mal,
Onde não se tenha
De sofrer tanta dor
Em nome do amor.
Quero fugir desta selva
De lobos famintos
Em devorar sentimentos,
De pessoas vazias
Que dia após dia
Vivem sua real hipocrisia