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sexta-feira, 19 de agosto de 2011

POEMA: EXPRESSÃO ARTÍSTICA DA VIDA




A vida o poeta não interpreta: sente.

Seu grande desafio: codificar sensações.

Às vezes, se perde em meio às emoções,

Então, com a melhor das intenções: mente,

Ou finge, como disse o “poeta dos heterônimos.”1

Às vezes, vive o dilema de não saber se em seus poemas

Estão seus amores e suas dores ou de outro alguém.

Mas o poeta sente as dores e os amores do Mundo,

Então, que mal tem se finge sentir as dores de outrem?

Mas o poeta não fala só das dependências do coração,

Fala do estômago e sua dependência ao “arroz e feijão”.

Fala de religião, de problemas sociais, de idealismos;

Um poema pode ser o retrato da vida e seus mecanismos.

Um poema há de ser lido com mente e coração abertos;

Das amarras da língua, do preconceito, da interpretação

De sentido já feito, por isso, estreito, inteiramente libertos.

Para entender as antíteses e os paradoxos da dor e do amor,

Por exemplo, às vezes, há de calar a razão e falar o coração:

“Amor é fogo que arde sem se ver/É dor que desatina sem doer."

-Minhas deferências a ti “maior poeta do classicismo português”2

Desculpe este poeta menor que contigo só tem a aprender;

Mas, com uma boa exemplificação, basta falar uma vez.

O poema é uma forma artística de se conhecer a realidade.

Engano pensar poema como coisa de alienados da sociedade;

Também interessa ao estudioso, a quem ama o conhecimento,

E que, no exercício do intelecto, encontra contentamento

1. Fernando Pessoa

2. Luís Vaz de Camões

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